sábado, 3 de setembro de 2011

25 de Agosto de 1993

Algumas vezes,não é tão fácil falar,ainda mais quando as palavras a saírem são indesejáveis,porém,o bom é desabafar,e é o que vou fazer,contando um fato que marcou minha vida até os dias de hoje: Dia 25 de agosto de 1993,era meu aniversario de quinze anos,foi à data,pra mim,mais esperada durante todo ano.Meus pais planejavam fazer uma grande festa,chamar várias pessoas,mais eu,tinha outros planos em mente,eu queria sair,farrear,zonear,já que,alguns anos anteriores,minha mãe me prometeu que quando eu completasse 15 anos,ela me liberaria pra posar fora de casa. E foi o que fiz, contrariei meus pais com a idéia de festa, liguei pros meus amigos mais saideiros (convínhamos que não eram aquilo que chamamos de 'boa companhia') e perguntei qual poderia ser nossa farra daquela noite. Logo deram idéia pra gente sair para ir em uma casa noturna,pra tomar-mos umas cervejas,batidas,e consumir outros tipos de álcool e talvez até drogas. Eu,comigo mesmo,pensei não ser uma boa idéia,pois se minha mãe descobrisse,com certeza seria um caso de morte.Mas,inexperiente e talvez até inocente comparado com as intenções dos meus 'amigos',muito mais avançados nesse nível que eu e maiores de idade,acabei concordando. Me despedi da minha mãe e do meu pai pouco antes de sair, cujo aos quais, disse que iria apenas dormir na casa de um amigo sob vigilâncias da mãe do mesmo, e sai. Peguei um ônibus e fui até a casa do Andrey,um desses meus amigos. Quando cheguei na casa dele,rapidamente,ele deu 2 ou 3 telefonemas, pegou a chave do seu carro,e pediu pra que nós entrássemos. Ele sentou no banco do motorista,e eu no banco do passageiro da frente;ele ligou o som auto,e me perguntou se eu estava preparado pra uma grande noite.Respondi que sim com a cabeça,ele ligou o carro e então saímos. Depois de uns 10 ou 20 minutos,paramos em frente a uma casa,aparentemente abandonada e em ruínas. Logo depois da gente,mais 2 carros estacionaram diante dali. Todos desceram dos carros, e então reconheci que eram outros amigos meus,nos cumprimentamos e enquanto me desejavam parabéns,um deles, o Johnny, nos questionou:-E então,trouxe as garotas,Lucas?- -Claro,mano,'tão' no porta-malas!-. Sem entender praticamente nada,perguntei em um tom geral a todos que estavam ali,: -Garotas são boas,mais no porta-malas?Isso me parece ruim!-. Eles riram e eu continuei sem entender, foi quando o Andrey,que me deu a carona,me disse, :- Se é que podemos chamar aquilo de garotas-, e continuou rindo, - Piada,continuo não entendendo!- exclamei- :- Ô Marquinhos,'ta ligado' nas barangas do 2ºE?- O Lucas me perguntou. :-Não, qual delas? :- A Lica-dentuça e a Ana-Chiclete! - Ele respondeu :- Caraca,tantas gurias e vocês foram trazer essas?Sacanagem heim !:- Falei com desapontamento. :- Pare caçula,é que você não faz idéia como vai ser divertido!Vamos,ajude aqui eu a tirar elas do porta - malas! :- disse olhando pra mim e indicando com a cabeça em direção ao carro. :-Ta né!- E fui. Ao abrir a tampa do carro, me deparei com dois corpos diante de mim,e sem pensar,indaguei :- O que é isso ? Elas tão mortas?- :- Não acredito que você só percebeu agora! - -Meu Deus,vamos pra cadeia?!- :-HAHAHAHA,se fosse assim, estaríamos em cana pelas outras 7 gurias que a gente fez isso! :-Fiquei tão assustado,abalado,confuso,com medo,que meus sentimentos acabaram se embaraçando e eu quase chorei de espanto. :-Andrey,me leva pra casa?!Isso é demais pra mim!,Perguntei a ele; -Ah Marquinhos, tu tá vendo a Ana ali?Então,vai ser nosso presente de aniversario pra você,pode fazer o que quiser com ela,baixinho! :- Você está sugerindo que eu estrupe um cadáver? :- estrupar não,se divertir!- Disse com uma cara irônica :-Não vou fazer isso,sou menor de idade,e se pegarem a gente,e se eu for em cana,e se meus pais responderem processo,e se.. - Os outros me interromperam e me mandaram entrar dentro da casa; recusei-me,mais o Andrey falou que achava que tinha ouvido sirenes,o que foi mais que necessário pra fazer eu quase voar lá para dentro. Eles levaram os dois corpos lá para dentro, e enquanto um iluminava com a lanterna,outros já iam tirando as roupas das garotas,eu estava enojado. Lucas abriu uma mochila que estava em suas costas, e tirou de dentro dela garrafas de uísque,vodca e um 2 pacotes de maconha , começou a enrolar a droga num papel,e logo acendeu com um isqueiro que retirou de seu bolso,deu uma tragada,e pediu que eu segurasse.Eu nunca havia fumado,nem cigarro,então,perguntei pra ele oque eu deveria fazer :- Fume,baixinho!- Ele me disse Express ativamente,e rindo,então, levei o cigarro na boca,puxei e soltei à fumaça,e me engasguei,fui repetindo o ato até me acostumar,quando me dei conta,estava fumando e bebendo,estava o maior fervo,o som do carro ligado alto, os outros amigos meus se revezando para ter atos sexuais com o cadáver de uma das meninas, e eu ali parado,diante do outro corpo.Estava confuso,não me lembro nitidamente das imagens,mais lembro que enquanto todos pareciam se divertir,eu estava parado e sem reações,foi então que o Andrey,me deu um tapa nas costas e me perguntou :- Quer ajuda pra levar ela até um dos quartos?Talvez você se sinta mais a vontade,né?- Afirmei com o polegar, como um ato reflexo, e então peguei nos pés do cadáver,enquanto Andrey pegara nos braços,fomos meio que arrastando o corpo até uma sala vazia,e depois de deixar a garota no chão daquele local,ele me olhou e disse :- É toda sua,bom proveito,Baixinho!- Cocei o olho e novamente afirmei com o polegar, ele então saiu dali,me deixando sozinho com aquele defunto. Eu não estava em meu estado normal, estava meio tonto,mais confesso que meus pensamentos estavam perfeitos, olhei pra garota,e em seguida olhei para o céu através de uma janela quebrada que havia ali;devia ser umas 21:00hrs,retornei aonde estava antes pra pegar uma garrafa de bebida,voltei ao quarto,tomei um golão, e me decidi a entrar em pratica com o cadáver,quando estava me preparando,pude notar os vergões em seu pescoço :-Devem tê-la enforcado- Pensei comigo,estava quase começando a pratica,quando senti a menina se mexendo,parei na hora,olhei para ela,e,pra mim,ela parecia estar bem morta,fui recomeçar,quando ela abriu os olhos,pensei que estava tendo alguma alucinação,esfreguei os olhos e pus o dedo em seu pescoço,tentando sentir sua pulsação.Pro meu espanto a menina estava viva. Aos poucos ela foi despertando,quando me reconheceu,arregalou os olhos e sussurrou:- Marcos,é você?!Me ajuda!-Ela me disse tentando levar as suas mãos ao meu rosto -Você está viva?- perguntei,esquivando-me de suas mãos :- Me ajuda,querem me matar!Me ajuda por favor!Liga pra policia,por favor!- Num desespero muito grande,bebi rápido todo o restinho da vodca da garrafa,mirei na testa dela e bati. Ela gemeu, :- me desculpa,mais eu não vou pra cadeia!- Retruquei,batendo mais forte,até a garrafa quebrar. Me levantei subitamente, fechando o zíper da calça, e correndo em direção dos meus amigos,:- Eu matei ela!- Berrei,mais ninguém nem me deu ouvidos, gritei de novo,mais acho que fingiram nem me ouvir, todos estavam chapados e bêbados,muito mais do que eu. Transtornado,sai dali de dentro zonzo,sai andando pela aquela estrada,e depois disso não me recordo de nada mais.Pelo oque me contaram, fui achado por pessoas que me levaram em uma delegacia,a mais próxima daquela região,ligaram pros meus pais,que me levaram pra casa,me questionaram,e eu,disse que havia sido seqüestrado.Acabou num grande rolo,tive que fazer Retrato Falado do meu seqüestrador,inventei,dei muitas versões,e acabei ficando tão psicótico com toda aquela situação,que me mudei com meus avós,pra Portugal,voltei de lá há 2 meses, mas foi só agora que começou meu pesadelo; São todas as noites,desde que retornei,tenho tido pesadelos horríveis relacionados há aquele dia,vejo sombras me perseguindo quando estou retornando do trabalho,minha televisão desliga sozinha, meus objetos somem,e ouço gemidos vindos de dentro do meu guarda-roupa. É muito provável que me chamem de louco,mais só que não sou só eu que ouço isso,minha esposa, e minha sogra,também ouvem,e agora,minha duvida que não se cala:será que estou amaldiçoado pelos meus erros do passado até o ultimo dia da minha vida? Pois minha paz acabou. 
Juhh!

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